quinta-feira, 25 de abril de 2013

Receita Bolo Bomba de Chocolate

Bolo bomba de chocolate Ingredientes Recheio: •1 lata de leite condensado •3 latas de leite comum •3 gemas •3 colheres de amido de milho •2 latas de creme de leite •1 barra de 200 g de chocolate ao leite Massa: •100 g de margarina •3 ovos •1 xícara de leite •3 xícaras de farinha de trigo •3 xícaras de açúcar •1 xícara de chocolate em pó •1 colher (bem cheia) de fermento em pó Modo de Preparo Recheio: 1.Coloque em uma panela o leite condensado, o leite comum (3 latas), as gemas e o amido de milho 2.Leve ao fogo até engrossar, mexendo sempre 3.Espere esfriar e acrescente 1 lata de creme de leite sem soro 4.Reserve Massa: 1.Na batedeira bata as gemas com o açúcar e a margarina 2.Acrescente o leite, a farinha e o chocolate, por último as claras em neve e o fermento 3.A massa fica um pouco mais dura do que dos outros bolos 4.Em uma assadeira redonda e untada coloque metade da massa, o recheio frio (não colocar nas bordas) e o restante da massa 5.Leve para assar em forno médio por 40 minutos em média 6.Aqueça em banho-maria ou no microondas a outra lata de creme de leite, acrescente o chocolate mexendo até derreter e use para cobrir o bolo quente

sexta-feira, 15 de março de 2013

Minha Transgenerização

Queridos e queridas, tudo bem com vocês? Faz um tempinho que eu não apareço por aqui, mas vamos postar de novo, dessa vez um pensamento mais pessoal a respeito do assunto, diretamente dizendo, meus pensamentos sobre a minha própria transgenerização.

Cogitando com o que eu quero fazer, eu seria trans e não seria ao mesmo tempo, porque iria fazer um tratamento com fito hormônio para ganhar seio e perder os pelos do corpo, mas os seios eu teria que esconder por causa da vida pessoal usando um binder no dia a dia para esconder os seios que irei ganhar, como dica do meu querido Lord Gibbons e quando estiver a vontade usaria camisetas largas para poder ficar mais livre, mas seria um sonho realizado poder usar decotes sem medo ou maquiagem.

No entanto isso é um passo muito grande e confesso que tenho medo de começar esse processo mas ao mesmo tempo muita vontade de fazê-lo, acho que a remoção total dos pelos irá ajudar muito na vontade de me produzir, porque as vezes quero usar um minishorts ou uma saia e me desanimo por ter que me depilar, uma solução definitiva seria bem vinda, já que não me produzo com tanta frequência então manter a depilação em dia fica difícil.

Como opinião pessoal, acho que mais busto acabaria aumentando minha autoestima feminina e posteriormente faria um aumento nas coxas e glúteos, mas ainda estou pensando no assunto...

Acho que já falei demais, obrigada aos queridos e queridas que leram até aqui

Beijo da ruiva

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Trangenerização

Meninas, depois de um certo período sem postagens acho que seria adequado falarmos de um tema um pouco ácido aqui, mas não vou citar exemplos de pessoas que eu conheço que querem fazer esse processo, mas vou falar de mim o que se passa.

No meu caso, eu sonho de certa forma em ter um corpo bem feminino, mas não sei se tiraria a genitália, até mesmo por ser o menor dos meus problemas, mas em criar seios, ter uma cintura feminina, poder ir a praia e ser admirada como mulher, mas tais atos só podem ser obtidos através de tratamento hormonal e não se tem uma receita que funcione a todas.

Pode se ter graves consequências em utilizar as doses erradas, como AVC, disfunções diversas e coisas assim, a melhor coisa é passar por um psicólogo ou psiquiatra para um acompanhamento e ter uma orientação do que realmente se quer fazer a esse respeito, eu ainda como sou nova vou esperar mais algum tempo antes de tomar essa decisão, mas é algo que tenho pensado com frequência, em realmente me efetivar como transgênera e passar do estágio de Crossdresser, parece que certas horas eu sou mais feliz como Maria Luiza do que como Sr. Hyde, mas há uma série de fatores financeiros, carreira e familiares para tal que ainda me impedem de fazer isso.

Todos esses fatores devem ser pensados, repensados e pensados de novo antes de se tomar uma decisão tão séria como essa...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Decepção

Gente, eu estava lendo as estatísticas do blog e fiquei muito desapontada, o foco principal pelo que deu pra notar aqui foi o erotismo!

Crossdressing não é putaria, é se sentir mulher, não no sentido sexual, mas de alma, o "estar mulher" como algumas amigas costumam dizer...

A maioria das suas pesquisas irá levar a crer que o CDing [crossdressing] é algo feitichista e puramente sexual, mas não é bem assim meninos e meninas, há muitas amigas CD's minhas que são hetero e mesmo assim tem suas princesas interiores.

Mas logo virão os comentários: "ah mas é hetero e se veste de mulher? isso não pode ser verdade, esse ai é um viado enrustido"

Digo por pura falta de conhecimento e ignorância dizer isso... me desapontei bastante quando eu vi que os interessados que visitam o blog, não buscam aprender sobre o universo CDing mas buscam o lado tremendamente equivocado que é colocado o Crossdressing.

Eu mesma vejo isso nas redes sociais, não me coloco como Crossdresser nas redes e muito menos transex, mas quando as pessoas lêem minha timeline no Facebook e/ou Twitter me procuram com interesse puramente sexual!

Sinceramente eu fico ofendida com esse tipo de coisa, ninguém procura me conhecer ou saber um pouco mais, mas querem sinceramente é me comer. [Desculpem a expressão leitores mas estou um tanto quanto indignada]

Sei que se eu não colocar uma tag de contos eróticos nessa postagem muitos não se darão nem ao trabalho de ler isso, mas o que faremos... Eu digo, eu vou continuar com as postagens tentando mudar aos poucos essa cultura tão errada que está difundida há tantos anos na nossa sociedade, associando o Crossdressing, que é uma coisa que pode ser difundida até mesmo dentro da instituição do lar e com família e filhos como tenho visto nos relatos de amigas...

Acho que está na hora de tentar se aprofundar no assunto e conhecer mais antes de tirar conclusões precipitadas, essa semana estarei publicando algumas matérias sobre o Crossdressing em si, não no quisito feitichista até como a Wikipédia coloca, segue um trecho da definição da Wiki para o Crossdresssing:

Cross-dressing é um termo que se refere a pessoas que vestem roupa ou usam objectos associados ao sexo oposto, por qualquer uma de muitas razões, desde vivenciar uma faceta feminina (para os homens), masculina (para as mulheres), motivos profissionais, para obter gratificação sexual, ou outras.

Não é para se obter gratificação sexual a essência do Crossdressing e sim se livrar da grosseria masculina do dia-a-dia do sapo [como chamam a maioria das meninas o seu eu masculino, particularmente eu chamo minha porção masculina de sr. Hyde rs], uma fuga as tensões diárias, mas ao que parece em geral se associa isso com sexo, como uma grande maioria das coisas hoje em dia.

Na verdade há vários termos quando se trata de uma satisfação sexual para o sexo oposto mas isso vai ser abordado em uma outra postagem, essa irá ficar mais como um desabafo meu e quem sabe possamos dar o que pensar aos meus queridos visitantes, não pensem que fiquei brava com vocês, mas fiquei brava por muitos procurarem o Crossdressing pensando em erotismo e conotação sexual.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Delineador Nyx The Curve

Gente essa matéria era pra ter sido postada no dia 23/08/2012, talvez algumas informações estejam desatualizadas...

A Nyx está lançando o seu novo delineador, o Nyx The Curve.


Como vocês puderam perceber, o diferencial do delineador Nyx The Curves é o formato da embalagem, mais anatômica que encaixa nas mãos facilitando a aplicação.

O delineador é a prova d'água, excelente pigmentação e durabilidade de até 14 horas.

Parece uma canetinha, é delineador líquido e embalagem pequena, perfeito pra carregar na bolsa !

Eu acho que toda novidade é válida, e interessante, mas não sei se compraria porque posso dizer que viciei no delineador em gel...

Preço Sugerido R$ 50,00   

domingo, 19 de agosto de 2012

Comparação Peruca Cabelo Humano x Cabelo Sintético

Oie gente, depois de um tempo vim trazer uma matéria que eu achei no blog Truques de Cabelo sobre cabelos sintéticos e naturais.

Características de cada um:

Cabelo humano:

*Pode lavar normalmente,com seu shampoo,condicionador,creme e leave-in preferido.

*Pode utilizar a pranhca alisadora(chapinha)e cacheador(babyliss) sobre os fios sem ter medo de danificá-los.

*Pode descolorir e tingir normalmente,sem o cabelo ficar seco,opaco e quebradiço.

*Pode usar todos os tipos de química,como escova progresiva,definitiva e outros tipos de escova progressiva.

*Pode hidratar como o seu próprio cabelo.


Cabelo Sintético Comum:

*Não pode lavar com qualquer tipo de shampoo,condicionador,creme ou leave-in qualquer.Tem que lavar com um shampoo e condicionador próprios para perucas e alongamentos sintéticos.

*Não pode utilizar a prancha alisadora(chapinha) nem o cacheador(babyliss) no cabelo sintético.

*Não pode descolorir e tingir com tinta para cabelos naturais,mas existem técnicas que muitas pessoas desenvolveram para poder tingir e descolorir cabelos sintéticos comuns.

*Nao pode usar químicas,como escova progresiva,definitiva e outros tipos de escova progressiva.

*Não pode hidratar como o seu próprio cabelo,somente lavar com o shampoo e condicionador próprio para perucas e/ou apliques sintéticos.

 
   Cabelo Sintético Resistente à Calor:

*É um cabelo resistente à temperatura de no máximo 180cº.

*Não pode lavar com qualquer tipo de shampoo,condicionador,creme ou leave-in qualquer.Tem que lavar com um shampoo e condicionador próprios para perucas e alongamentos sintéticos.

*Pode utilizar a prancha alisadora(chapinha) e o cacheador(babyliss) no cabelo sintético,desde que a temperatura não ultrapasse os 180cº.

*Não pode descolorir e tingir com tinta para cabelos naturais,mas existem técnicas que muitas pessoas desenvolveram para poder tingir e descolorir cabelos sintéticos resistentes à calor.

*Nao pode usar químicas,como escova progresiva,definitiva e outros tipos de escova progressiva.

*Não pode lavar com qualquer tipo de shampoo,condicionador,creme ou leave-in qualquer.Tem que lavar com um shampoo e condicionador próprios para perucas e alongamentos sintéticos.

Espero ter tirado as dúvidas de todos! Na minha opinião,para quem quer usar por mais tempo perucas e/ou alongamentos tic-tac,eu recomendo usar o cabelo natural.Mas para quem quer usar eles por menos tempo,eu recomendo usar o cabelo sintético.   

Carta Desabafo Sobre Processo Transexualizador no SUS

Carta-desabafo sobre a reunião, organizada pelo Ministério da Saúde para discutir o processo transexualizador no Brasil, nos dias 4 e 5 de junho, em Brasília

Prezadas/os amigos/as e colegas, gostaria de compartilhar com vocês algumas impressões acerca da reunião que aconteceu nos dias 4 e 5 de junho em Brasília, organizada pelo Ministério da Saúde, intitulada Seminário: Processo transexualizador no SUS. Seu principal objetivo seria compartilhar experiências e discutir a reformulação da Portaria No. 457, de 19 de agosto de 2008, que estabelece diretrizes para o processo transexualizador.

Sem dúvida, um debate crucial tanto para as pessoas transexuais e travestis, quanto para profissionais de saúde e pesquisadoras/es nesse campo. Por essa razão, até o momento, não consigo compreender o porquê foi ?proibida? a participação de pesquisadores/as e ativistas nos trabalhos do dia 04, ficando a discussão restrita aos/às representantes dos serviços (Hospitais que fazem as cirurgias de transgenitalização e os ambulatórios voltados para atender às populações travesti e transexual). Pergunto: não deveriam ser os/as usuários/as do serviço os protagonistas principais em uma reunião cuja pauta era avaliar a qualidade do serviço? Nesse caso específico, as pessoas transexuais e travestis?

Ao longo de todo o dia 05 eu me perguntava: o que pretende realmente o estado brasileiro? Por que reunir tanta gente com tamanha experiência (e expectativa) sem ter construído uma dinâmica de debate que, de fato, garanta a participação de todos/as? Por que o estado nos convidou para contribuir com o debate sobre o processo transexualidador, enchendo uma sala com pesquisadores/as de todo Brasil e ativistas trans que se dedicam à luta pelos direitos humanos das pessoas trans há décadas, sem assegurar o espaço adequado para a deliberação democrática?

Éramos dezenas e muitos de nós imaginávamos que ali estávamos para reformular a Portaria 457. Contudo, ao longo das nossas intervenções nos demos conta de que já havia uma proposta de reformulação dessa Portaria. Quem a concebeu? Com quem foi debatida? Quem a havia recebido anteriormente? Tínhamos apenas um dia de discussão: das 9h00 às 13h00. Saímos para almoçar e voltamos às 15h00. Terminamos às 16h30. Saí de Brasília com muitas perguntas:

1.Por que os/as gestores/as do Ministério da Saúde não distribuíram antes (via email) a pré-proposta de reformulação da Portaria?
2.Por que não se desenhou uma dinâmica/metodologia que permitisse a participação efetiva de todos os presentes? Podia ser uma dinâmica simples. Por exemplo: pela manhã se faria uma divisão em grupos de trabalho e cada grupo ficaria responsável por discutir e sugerir alterações na Portaria. Durante a tarde, em plenária, faríamos os encaminhamentos. Fico com a impressão de estar ensinando a missa ao vigário. Não posso deixar de pensar que ao optar por um ?debate? exclusivamente em plenária os/as organizadores/as queriam evitar uma discussão mais aprofundada sobre o conteúdo da Portaria, assim como os encaminhamentos mais objetivos.

3. Por que parte dos profissionais envolvidos com o serviço de atendimento às pessoas trans se retiraram da plenária quando foi discutido o caráter patologizante da Portaria?

4.Por que não havia nenhum/a representante dos coletivos transexuais e travestis em nenhuma das mesas nos dois dias? E aqui vale uma ressalva: não estou desqualificando ou criticando as densas e importantíssimas reflexões de Guilherme Almeida, Tatiana Lionço e Anibal Guimarães, pois esses três pesquisadores/as-ativistas dispensam qualquer tipo de comentário sobre a seriedade dos seus trabalhos.
5.Por que a representante do Ministério da Saúde abusou do uso da palavra, de modo que restringiu a possibilidade de expressão das/os demais participante a palavra? Na reunião o tempo era o bem mais precioso, porém ela sempre extrapolou seu tempo quando teve o microfone em mãos, o que aconteceu inúmeras vezes. Na minha experiência de participação em fóruns chamados pelo estado, em geral, e corretamente, o gestor escuta mais e fala menos.

Ao longo de quase 20 anos como pesquisadora e ativista dos direitos humanos, sem dúvida, esse foi o encontro mais confuso e desorganizado de que participei. E, quando a desorganização é tamanha, é inevitável tecer dúvidas quanto às intenções que motivaram tal ?(des) organização?. E eu tenho muitas dúvidas. Não quero que meu nome seja usado para legitimar um suposto processo democrático de consulta sobre a reformulação da Portaria. Não tivemos uma discussão, de fato, na reunião de Brasília. Quero dar um único exemplo: afirmei, categoricamente, que nesse momento está em curso uma intensa discussão sobre a despotalogização no âmbito da própria OMS (Organização Mundial de Saúde), as quais possivelmente vão resultar na exclusão da transexualidade do capítulo V (letra F) no próximo CID (Código Internacional de Doenças), sendo transportado para uma seção denominada ?Cuidados à saúde das pessoas trans?. Eu também afirmei que se consideramos que a transexualidade e a travestilidade não são transtornos mentais, nada, ABSOLUTAMENTE NADA, justifica a permanência de psiquiatras nas equipes multidisciplinares.

Pois bem, em reação à minha fala, Mariluza Terra, do Hospital das Clínicas de Goiás, afirmou que a proposta da ?Berenice é muito interessante, mas não podemos esperar a reformulação do CID para atender aos homens trans?. Eu não disse que se tratava de esperar a reformulação do CID. O Brasil é um país autônomo e pode, unilateralmente, publicar uma Portaria nos termos que considerar pertinente. Ora, a França despatologizou a transexualidade muito antes de qualquer revisão do CID. Ou mais perto de nós, podemos citar a nova lei de identidade de gênero argentina que assegura direitos fundamentais às pessoas trans (transexuais e travestis). Com isso, o país passou a ter a legislação mais avançada do mundo. A lei argentina estabelece: 1) qualquer pessoa poderá solicitar a retificação de seu sexo no registro civil, incluindo o nome de batismo e a foto de identidade, 2) a mudança de sexo não necessitará mais do aval da justiça para reconhecimento, 3) o sistema de saúde deverá incluir operações e tratamentos para a adequação ao gênero escolhido, 4) a nova lei define identidade de gênero como a "vivência interna e individual tal como cada pessoa a sente, que pode corresponder ou não ao sexo determinado no momento do nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo", 5) Não condiciona as mudanças nos documentos à realização das cirurgias de transgenitalização.

Na confusão geral que havia tomado a reunião, não tive tempo de responder a questão levanta por Marizula Terra, mas estou convencida de que o argumento desenvolvido por ela conduz a um raciocínio danoso: vamos publicar a Portaria nos atuais termos patologizantes. Incluímos os homens trans e depois vamos ver o que faremos. Esta estrutura argumentativa, que pode ser interpretada como patologização negociada, tem sido amplamente utilizada para sistematicamente reiterar o caráter de transtorno mental das experiências trans. Mas a patologização não dá nada, só retira. A patologização não empodera as pessoas trans, mas as silencia. Como um/a doente mental pode falar de si mesmo? Concordo com a proposta que construímos na reunião que aconteceu em Haia (Holanda) em novembro de 2011. Durante três dias, 18 especialistas e ativistas trans de vários países discutiram a reforma do CID. Esse evento, organizado pelo GATE (Global Action for Trans Equality), foi financiado pelo Ministério da Educação da Holanda. O relatório final foi enviado ao grupo de trabalho do CID responsável pelo capítulo V (letra F): Transtornos Mentais e Comportamentais. Defendemos que o foco deva ser no cuidado à saúde das pessoas trans. Portanto, os procedimentos singulares às transformações corporais devem ser no incluídos, no próximo CID, no capítulo XXI (letra Z): Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde com o subtítulo: CUIDADOS À SAÚDE DAS PESSOAS TRANS, sem nenhuma referência às questões identitárias.

Este é apenas um exemplo dos feitos nefastos da falta de tempo e das confusões que aconteceram no dia 05 de junho. Imagino que, com razão, depois de ouvir os esclarecimentos de Mariluza Terra muitas pessoas trans, que esperam há anos para serem atendidas, devem ter concluído: é melhor mesmo preservar a lógica de transtorno mental, caso contrário vai demorar muito mais para eu ter minha cirurgia.

Ao longo de minha vida aprendi uma coisa muito simples com o feminismo; a visibilidade nos protege. E como esta visibilidade acontece nas vivências trans? Se me negam a palavra, eu faço barraco. É o bafão! Gostei muito do bafão da Fernanda Benvenutty. Suas palavras brotavam do útero. Seu grito: quem sou eu? Uma doente mental? Então, eu posso pedir aposentadoria porque sou uma incapaz? Quem pode falar por mim? Eu sou uma travesti? Sou uma transexual? O que isso importa?

Aqui, o barraco é resignificado como mecanismo de sobrevivência. Trata-se de uma epistemologia singular daqueles que se negam a morrer. Precisamos de mais gente adepta à epistemologia/práxis do barraco. Já passou da hora das equipes biomédicas e o estado entenderem que os seus/suas pacientes são sujeitos. Esse deve ser o princípio orientador da Portaria e de todas as políticas públicas voltadas para a população trans.

Não queremos caridade. Chega de vida precária! Queremos o reconhecimento pleno da existência plural de experiências/expressões de gênero. Sem tutela. Sem psiquiatras.

Berenice Bento
Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar Tirésias/UFR